Saber onde está é o primeiro passo para começar a ir onde se quer chegar
Sendo empreendedor ou não, vivendo na pele ou não, a maioria das pessoas já ouviu falar que os donos de negócios matam um leão por dia, que trabalham muito, quase não tiram férias, que o cliente é o patrão mais exigente que existe etc. Agora imagine ter uma rotina cansativa e não saber se está valendo a pena financeiramente, não saber qual é o mês do ano com o melhor retorno, ou o melhor dia da semana, se as vendas estão crescendo etc. Parece um pouco sem sentido, mas ao mesmo tempo é a história de muitos empreendedores brasileiros.
Sem saber a saúde financeira do seu negócio, a tarefa de descobrir o que pode ser melhorado, o que deve ter mais investimento (por que não o que deve ser abandonado?) vira uma tarefa impossível. O trabalho fica com aquela sensação de que não entrega o retorno esperado. Os números podem ser parceiros até na redução da ansiedade sobre o futuro do negócio em momentos de crise. Se o empresário não souber onde está pisando, pode ficar muito mais influenciado pelo noticiário do que deveria.
Mas esse negócio é para empresa grande, para mim não dá certo. Será?
O pequeno empresário não pode acreditar que o retorno do seu negócio são apenas as viagens que ele consegue fazer ou carro novo que conseguiu comprar. Nem mesmo sabendo como fará para pagar essas contas. Ferramentas de gestão e um pouco de esforço no curto prazo podem oferecer grandes retornos no longo prazo, inclusive para os pequenos negócios. Cada passo deve ser tomado com cuidado e a sensação de estar apagando incêndios deve ser cada vez menor.
A frase “o que não pode ser medido não pode ser melhorado” (Peter Drucker) não representa apenas uma frase bonita usada por administradores ou empregados de grandes empresas tentando aplicar novos métodos de gestão. Ela é uma realidade e o dono de um pequeno negócio, seja ele MEI ou uma microempresa, deve interpretar como uma possível melhoria na sua qualidade de vida. Saber se está valendo a pena e conseguir mudar a situação atual, caso não esteja, pode fazer toda a diferença em sua rotina dentro e fora da empresa.
Acompanhar o desempenho do seu negócio pode se mostrar uma atividade que vale a pena quando começa a mostrar retorno. Saber que a hora do almoço é a que dá mais retorno e que você não deveria liberar o funcionário e ficar sozinho pode te ajudar a chegar mais cedo em casa. Vai que aquelas duas últimas horas do dia que você fica aberto não vale a pena o custo? Talvez até faça com que você se livre do trânsito da volta, quando for o caso.
O segredo é adaptar para o jeito de cada um
Cada um pode começar a fazer do jeito que se adequar melhor às suas características. É como começar uma atividade física que todo mundo sabe que deve fazer, mas acaba não fazendo. Você pode achar a melhor forma que atenda suas necessidades. Seja uma pausa a cada duas horas para fechar os números, no final do dia, no final da semana, conseguir alguém que ajude etc. O importante é não deixar de fazer. A diferença entre a atividade física é que você já se envolve na empresa de qualquer jeito, fica mais fácil começar.
Assunto para outra hora, mas que é a próxima etapa do desafio, é que sem os números do seu negócio, além de não melhorar, você não consegue saber se tem outros empresários fazendo melhor que você. Imagine se, no futuro, você comece a perceber o que você faz mais certo que os donos de negócio iguais ao seu e principalmente o que eles fazem melhor e que você pode fazer também. Olhar para os outros empresários não deveria ser só um momento de comparar preço e custos. Muito mais pode ser extraído dessas conversas.
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